95 –Em face dos esforços da Medicina, como devemos considerar a saúde?
-Para o
homem da Terra, a saúde pode significar o equilíbrio perfeito dos órgãos materiais;
para o plano espiritual, todavia, a saúde é a perfeita harmonia da alma, para
obtenção da qual, muitas vezes, há necessidade da contribuição
preciosa
das moléstias e deficiências transitórias da Terra.
96 –Toda
moléstia do corpo tem ascendentes espirituais?
-As
chagas da alma se manifestam através do envoltório humano. O corpo doente
reflete o panorama interior do espírito enfermo. A patogenia é um
conjunto
de inferioridades do aparelho psíquico. E é ainda na alma que reside a fonte
primária de todos os recursos medicamentosos definitivos. A assistência
farmacêutica do mundo não pode remover as causas transcendentes do caráter
mórbido dos indivíduos. O remédio eficaz está na ação do próprio espírito
enfermiço. Podeis objetar que as injeções e os comprimidos suprimem a dor;
todavia, o mal ressurgirá mais tarde nas células do corpo. Indagareis, aflitos,
quanto às moléstias incuráveis pela ciência da Terra e eu vos direi que a
reencarnação, em si mesma, nas circunstâncias do mundo envelhecido nos abusos,
já representa uma estação de tratamento e de cura e que há enfermidades d ‘ alma,
tão persistentes, que podem reclamar várias estações sucessivas, com a mesma
intensidade nos processos regeneradores.
97 –Se as
enfermidades são de origem espiritual, é justo a aplicação dos medicamentos
humanos, a cirurgia, etc, etc?
-O homem
deve mobilizar todos os recursos ao seu alcance, em favor do seu
equilíbrio
orgânico. Por muito tempo ainda, a Humanidade não poderá prescindir da
contribuição do clínico, do cirurgião e do farmacêutico,
missionários
do bem coletivo. O homem tratará da saúde do corpo, até que
aprenda a
preserva-lo e defende-lo, conservando a preciosa saúde de sua alma. Acima de
tudo, temos de reconhecer que os serviços de defesa das energias orgânicas, nos
processos humanos, como atualmente se veri
ficam,
asseguram a estabilidade de uma grande oficina de esforços santificadores no
mundo. Quando, porém, o homem espiritual dominar o homem físico, os elementos medicamentosos
da Terra estarão transformados na excelência dos recursos psíquicos e essa
grande oficina achar-se-á elevada a santuário de forças e possibilidades
espirituais junto das almas
101 –Por
que não será permitida às entidades espirituais a revelação dos processos de cura
da lepra, do câncer, etc?
-Antes de
qualquer consideração, devemos examinar a lei das provações e a
necessidade
de sua execução plena.Na própria natureza da Terra e na organização de fluídos
inerentes ao planeta, residem todos esses recursos, até hoje inapreendidos pela
ciência dos homens. Jesus curava os leprosos com a simples imposição de suas
mãos divinas. O plano espiritual não pode quebrar o ritmo das leis do esforço
próprio, como a direção de uma escola não pode decifrar os problemas relativos
à evolução de seus discípulos. Além de tudo, a doença incurável traz consigo
profundos benefícios. Que seria das criaturasterrestres sem as moléstias
dolorosas que lhes apodrecem a vaidade? Até onde poderiam ir o orgulho e o
personalismo do espírito humano, sem a constante ameaça de uma carne frágil e
atormentada? Observamos as dádivas de Deus noterreno das grandes descobertas, mobilizadas
para a guerra de extermínio, e contemplemos com simpatia os hospitais isolados
e escuros, onde, tantas vezes, a alma humana se recolhe para as necessárias
meditações
102 –Podem
os espíritos amigos atuar sobre a flora microbiana, nas moléstias
incuráveis,
atenuando os sofrimentos da criatura?
-As
entidades amigas podem diminuir a intensidade da dor nas doenças incuráveis,
bem como afasta-la completamente, se esse benefício puder ser levado a efeito
no quadro das provas individuais, sob os desígnios sábios e
misericordiosos
do plano superior.
O HOMEM:
Seus defeitos, suas doenças e os remédios
DEFEITOS
|
|
REMÉDIOS
|
(NEGATIVO)
|
DOENÇAS
|
(POSITIVO)
|
QUALIDADE
|
REAÇÃO
|
|
|
ORGULHO
|
AUTORITARISMO - ARROGÂNCIA, ETC.
|
FIGADO - VISÃO - AUDIÇÃO - PALADAR
|
HUMILDADE - PACIÊNCIA
|
VAIDADE
|
PERSONALISMO - EXIBICIONISMO
|
ALERGIAS - DORES DE CABEÇA - INSÔNIA - GRIPES - LEPRAS - FEBRE - DOENÇAS DE PELE EM GERAL
|
SIMPLICIDADE - ASSEIO PESSOAL
|
INVEJA
|
AMBIÇÃO DESMEDIDA - MALEDICÊNCIA
|
TORCICOLO - PARALISIA FACIAL - DOENÇA NOS OLHOS
|
ESTUDAR - IMITAR BONS EXEMPLOS
|
CIÚME
|
POSSESSIVIDADE
|
APARELHO DIGESTIVO COM
PROBLEMAS NO CORAÇÃO
|
ZÊLO -
MANUTENÇÃO
|
EGOCENTRISMO
|
NEGLIGÊNCIA
INDISCIPLINA
PREGUIÇA
COMODISMO
|
PRESSÃO ARTERIAL - PULMÃO
INTESTINO - COLUNA - ANEMIA - AIDS - LABIRINTITE - OBSIDADE -
SONOLÊNCIA
|
DISCIPLINA -
PERSEVERANÇA
|
EGOÍSMO
|
AVAREZA -
PERDULÁRIO
|
MÃOS - BRAÇOS -
ARTRITES - BULSITES
|
ALTRUISMO -
DESPRENDIMENTO
|
ÓDIO
|
VINGANÇA - RANCOR - AGRESSIVIDADE - MÁGOA
|
CORAÇÃO - MELANCOLIA - RAIVA - TRISTEZA
|
PERDÃO - COMPREENSÃO - TOLERÂNCIA
|
113 –Os
pais espiritistas devem ministrar a educação doutrinária a seus filhos ou podem
deixar de faze-lo invocando as razões de que, em matéria de religião, apreciam mais
a plena liberdade dos filhos?
O período
infantil, em sua primeira fase, é o mais importante para todas as
bases
educativas, e os pais espiritistas cristãos não podem esquecer seus deveres de
orientação aos filhos, nas grandes revelações da vida. Em nenhuma hipótese,
essa primeira etapa das lutas terrestres deve ser encarada com indiferença. O
pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a máxima noção de liberdade
pode dar ensejo a graves perigos. Já se disse, no mundo, que o menino livre é a
semente do celerado. A própria reencarnação não constitui, em si mesma,
restrição considerável à independência absoluta da alma necessitada de expiação
e corretivo? Além disso, os pais espiritistas devem compreender que qualquer
indiferença nesse particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos
de outrem, ao apego do convencionalismo, e à ausência de amor à verdade. Deve
nutrir-se o coração infantil com a crença, com a bondade, com a esperança e com
a fé em Deus. Agir contrariamente a essas normas é abrir para o faltoso de
ontem a mesma porta larga para os excessos de toda sorte, que conduzem ao
aniquilamento e ao crime.
Os pais
espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas,
entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie,
mas, sim, para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício
de uma existência inteira.